segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Encontro | Comunicação de Ciência – Comunicar Ciência em Perspetiva | Ministério da Ciência

Produção Multimédia e Audiovisual.
Encontro “Comunicação de Ciência” – Comunicar Ciência em Perspetiva.
Organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo de Portugal.
Universidade de Coimbra, 23 de junho de 2016.
https://www.portugal.gov.pt/pt/gc21/area-de-governo/ciencia-tecnologia-e-ensino-superior



Com a participação e intervenção de:

João Gabriel Silva
Reitor da Universidade de Coimbra e representante do CRUP - Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas
A formação de formadores de ciência



Maria Fernanda Rollo
Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Precisamos de um país com mais formação, ciência e cultura



Miguel Honrado
Secretário de Estado da Cultura
Criação e produção do conhecimento em ciência



José dos Santos Costa
Representante do CCISP - Conselho Coordenador dos Institutos Superior Politécnicos
Vivemos numa sociedade cada vez mais dependente da ciência e da tecnologia



Rosalia Vargas
Presidente da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica
20 anos de Ciência Viva



José Carlos Caldeira
Presidente da ANI - Agência Nacional de Inovação
O conhecimento é matéria prima da inovação



Ana Sanchez
Vogal do Conselho Diretivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia
A FCT tem um papel importante na produção do novo conhecimento



José J. G. Moura
Diretor da Biblioteca da FCT/UNL
É preciso fazer ciência e comunicar ciência



Mário Augusto
RTP – Rádio e Televisão de Portugal
A comunicação no audiovisual, o futuro da programação da RTP



André Levy
Investigador ISPA – Instituto Universitário
O teatro como forma de comunicar a ciência



Leonel Alegre
Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica
Centros de ciência, será que nós chumbámos o passámos no teste?



David Santos
Subdiretor da Direção-Geral do Património Culural
Relação e importância da comunicação do conhecimento na área dos museus



José António Saro
Rede de Bibliotecas Escolares
As bibliotecas escolares alteraram o panorama das escolas



Carlos Fiolhais
Professor Universitário e Investigador
Ciência aberta e Desafios para a comunicação de ciência



Comunicado
«Apostados que todos estamos na promoção de um país com mais formação, mais ciência, mais cultura, mais conhecimento, na certeza de que esta é essencial ao nosso desenvolvimento e à nossa afirmação no plano internacional e sobretudo à nossa realização e à valorização da nossa identidade, defendemos a ideia de que Portugal só conseguirá dar uma resposta mais eficaz aos desafios da sociedade contemporânea se garantir a democratização do acesso à ciência, à formação e à cultura, estimulando uma estratégia de desenvolvimento e a de apropriação social desse conjunto. Já não nos serve afirmar que “um país sem ciência é um país sem futuro”. Não seremos um país de ciência se não formos um país de cultura, se não tivermos instituições científicas e académicas cívica e culturalmente fortes e cientificamente sustentáveis.
Temos por isso um denominador comum: o Conhecimento. É, aliás, sob a consigna do Conhecimento para Todos que este Ministério tem pautado a sua ação e orientado as suas iniciativas.
A aproximação do conhecimento à sociedade civil - sobretudo na visão que defendemos de forma mais integrada a partir do programa de Ciência Aberta - transfere para as instituições de ensino superior e para as unidades de investigação novas responsabilidades e oportunidades. Com especial relevo ao nível da extensão universitária, do reforço de práticas de investigação colaborativas, do envolvimento social na ciência, da divulgação, da comunicação de ciência e da adoção do território enquanto laboratório vivo de ciência, de cultura e de conhecimento. Estes propósitos da investigação e da ciência responsável, aberta e inclusiva, reconhecidos e consagrados internacionalmente, possibilitam ao sistema científico e formativo um retorno que é vital para a renovação das suas instituições, garantindo-lhes contextos de atualização metodológica, dos processos de aprendizagem e das próprias agendas científicas – foco no conceito de “aprender com a sociedade”.
As comunidades associadas à produção, à curadoria e à comunicação do conhecimento devem, por isso, ter um papel responsável e fundamental na divulgação, na promoção, na valorização e na partilha do conhecimento, prosseguindo como propósito coletivo estimular a crescente afirmação e um amplo reconhecimento da ciência e da cultura portuguesas no plano nacional e internacional. A comunicação do conhecimento produzido deve integrar a atividade das instituições de formação e produção de ciência e contribuir para o seu reconhecimento social e a sua valorização científica.
Estamos de facto empenhados numa política que fomente mais ciência, mais cultura e literacia científica e tecnológica, estimulando a educação das ciências e das tecnologias, disseminando, comunicando, partilhando o conhecimento, procurando um crescente envolvimento da sociedade. A realização desse propósito decorre da colaboração do sistema científico nacional e dos seus diversos parceiros, em particular a rede nacional de centros de difusão da Ciência Viva - Agência Nacional de Cultura Científica e Tecnológica e da colaboração com as diversas redes de centros de ciência e cultura, nomeadamente museus, arquivos e bibliotecas da Administração Pública especialmente através do Ministério da Cultura, cuja presença do Senhor Secretário de Estado muito nos honra e reforça o compromisso conjunto que assumimos, não só nesta área, e que se articula de forma muito estreita com as questões ligadas aos repositórios digitais, plataformas que necessitam de ser revisitadas e readaptadas ao contexto científico, cultural e social atual, constituindo-se não apenas enquanto meros depósitos de informação e dados ou mecanismos de divulgação, mas assumindo-se cada vez mais enquanto instrumentos de colaboração e de comunicação de ciência para públicos diversificados, rasgando as fronteiras e derrubando os muros que na academia vão ainda subsistindo.
Este compromisso com a cultura está também plasmado num projeto conjunto de identificação, inventariação, gestão, preservação e divulgação do património científico e tecnológico nacional, designadamente o que se encontra sob a alçada das instituições de ensino superior e outras instituições do sistema científico e tecnológico nacional.
Entendo, e já o tenho referido publicamente, que as atividades de comunicação de ciência, como também noutro contexto as de gestão de ciência, são fundamentais. São essenciais à promoção de uma cultura de base científica e tecnológica nacional, ao envolvimento dos cidadãos na ciência e tecnologia e à qualificação da população em geral, e também enriquecedoras da própria atividade de investigação e inovação, estimulando as relações transdisciplinares e com os vários setores do tecido económico, social e cultural.
É inegável o crescimento e a expansão que esta área conheceu em Portugal nas últimas décadas, acompanhando o movimento internacional e o desenvolvimento no plano conceptual e metodológico. A capacidade dinamizadora e mobilizadora desta comunidade, a todos os níveis inestimável, beneficiou de igual modo da ação desempenhada por diversas instituições, como os museus, os centros de ciência, as bibliotecas, a própria FCT (a visão e o pioneirismo de Mariano Gago foram uma vez mais determinantes, sobretudo com a agenda da apropriação da cultura científica), mais tarde os próprios gabinetes de comunicação das instituições de ensino superior, os jornalistas e os media, a Ciência Viva e também as organizações não formais dedicadas à comunicação de ciência e à promoção da cultura científica.
É este contexto, este passado, são as atividades e as iniciativas desenvolvidas por estes intervenientes que nos permitem hoje olhar para a comunicação de ciência de forma global e crítica - porventura já sem a necessidade de ultrapassar alguns obstáculos e estereótipos que os próprios cientistas chegaram em tempos a colocar-lhe -, mas permite-nos e, creio ser muito importante, reunir e ouvir todos aqueles que se têm dedicado à comunicação de ciência nos mais variados contextos profissionais e não profissionais, para afirmar e consolidar esta área.
Valorizar a comunicação de ciência significa entendê-la enquanto uma das etapas fundamentais do processo científico, integrada no triângulo Produção-Gestão-Comunicação. Significa também observar e respeitar algumas especificidades e compreender a missão e as fronteiras daquilo que, por um lado, é a divulgação de atividades e resultados, da comunicação de ciência, por outro, e dos mecanismos de extensão, de apropriação e de co-criação da ciência.
Valorizar a comunicação de ciência implica claramente o reconhecimento e a valorização da sua comunidade, estimulando a estruturação de uma rede de colaboração nacional (a rede Scicom é um dos mais interessantes exemplos), reunindo massa crítica forte, capaz de promover a partilha de experiências, de oportunidades de cooperação intra e interinstitucional e de diagnóstico e monitorização permanente.
A formação, a especialização e a investigação constitui outro dos pilares para a valorização da comunicação de ciência. Importa, por um lado, aumentar a investigação na própria vertente da comunicação de ciência e, por outro, urge estudar, conhecer e avaliar o impacto das várias iniciativas e medidas. Não posso deixar de referenciar a existência de estudos e trabalhos recentes que o têm procurado fazer, olhando por exemplo para as práticas institucionais, para os novos modelos de comunicação de ciência e para o envolvimento social na ciência através da comunicação de ciência.
O papel desempenhado pelos comunicadores de ciência deve, por tudo o que já aqui foi referido, ser considerado do maior interesse, e não apenas de forma supletiva, reconhecendo a importância da sua atividade no contexto das instituições que integram e estimulando um quadro de profissionalização crescente dessas funções. A aposta e a valorização deste Ministério, no domínio da comunicação de ciência e do papel central que os comunicadores de ciência devem desempenhar no contexto da missão cívica e científica do sistema científico e tecnológico e nacional, compreendido na sua visão mais lata, ocorre paralelamente com a aposta na criação de um programa de estímulo ao emprego científico, cujos primeiros concursos estão, como tem sido divulgado, previstos para abrir no terceiro quadrimestre de 2016.
Queremos ampliar a dimensão, o alcance e o impacto da comunicação de ciência e procurar de forma conjunta as formas e os métodos mais justos e necessários para o fazer. O propósito deste encontro é exatamente esse: em contexto de diálogo analisar a situação nacional, identificar problemas, necessidades e oportunidades e definir linhas de atuação com vista ao desenvolvimento da comunicação de ciência, valorizando a função e a responsabilidade social e cultural dos diversos atores envolvidos.»
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